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sexta-feira, 10 de abril de 2009

HÁ VAGAS. Será?


Lendo um jornal local dia desses, enquanto esperava o rápido atendimento de uma repartição pública, tive a oportunidade de ler a mídia impressa até sua última página, foi ai que me deparei com os classificados, pois bem, vi que realmente apesar da crise global, federal, estadual, municipal, existem muitas ofertas de emprego, mas a grande maioria com sérias restrições.

As entrelinhas dos anúncios pedem na verdade um "profissional pronto", que só precise assinar o contrato de trabalho, iniciar suas atividades, dar lucro para empresa (isso é o principal) e receber o seu, no fim do mês. Quando digo "profissional pronto" é porque nenhum dos anúncios que li, pedia alguém com conhecimento básico, sem experiência, pelo contrário, pediam sim com alguns meses de experiência, formado, graduado, bacharelado e outros "ados", às vezes até para exercerem cargos digamos fora de sua área de atuação e receberem salários incompatíveis com a formação exigida.

Ai me pergunto, como um cidadão que acabou de sair da faculdade, ou de um curso técnico feito com esmero e dedicação mesmo com dificuldades, vai conseguir por em pratica tudo que aprendeu com seus mestres, se ele não tem a tal da experiência?

As empresas não querem profissionais inexperientes nem tão pouco os mais velhos, "pera ai", os mais velhos supostamente tem mais experiência em relação aos jovens recém formados. Eis um dilema, como os jovens vão adquirir experiência se não tiverem a oportunidade de trabalho? Ficando mais velhos? Trabalhando fora de suas áreas de atuação para sobreviver e sustentar família? Ou só para dizer que já trabalharam com carteira assinada?

Alguns anúncios chegam a ser abusivos em suas solicitações, o sujeito tem que ser formado se possível graduado e ter pelo menos seis meses de experiência (olha ela ai de novo) para ai sim disputar uma vaga.

Trabalhei numa empresa por 2 anos e 7 meses, sai para tentar uma melhoria de vida que não aconteceu. Desprovido de orgulho, retornei a empresa após 10 meses de afastamento e ao pedir nova oportunidade ao meu ex-patrão esparramado em sua cadeira de executivo na mesma sala onde outrora eu havia participado de inúmeras reuniões importantes, ouvi a seguinte frase, "traga seu currículo e entregue para a psicóloga avaliar.", como se tivesse me vendo pela primeira vez na vida, sem contar que exerci cargos de confiança sob sua gerencia, lidando com dinheiro inclusive, o que faltou? Experiência? Dez meses afastado me tornou um ser desconhecido, não confiável? A ponto de ter que passar por uma avaliação psicológica. Tanto ele como a psicóloga estão esperando até hoje meu currículo.

Espero que com 43 anos (quando terminar minha faculdade) isso não seja empecilho para conseguir uma colocação no mercado, pois além de ultrapassar a barreira dos 40 serei um recém formado, será que minha carteira assinada ao longo desses anos nas mais diversas atividades, vai contar como experiência?

Que a globalização o avanço tecnológico assim como a tecnologia da informação façam com que as empresas e empresários mudem suas, concepções e conceitos a respeito do profissional desejado para compor seu quadro de colaboradores.

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