Este sou eu

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Quantas refeições você fez hoje?

Espaço aberto aos amigos. Concordo em grau, número e gênero com o autor. Boa leitura e reflexão.

Gostaria de pedir licença ao meu amigo Guto, pois vou utilizar o seu blog para registrar minha indignação com a matéria publicada ontem, dia 09, no jornal JF Hoje, sobre os valores gastos pelo Estado para manutenção de prisioneiros e estudantes, cada um a sua maneira.

Ora, me considero um indivíduo legalista, que aprecia o cumprimento da Lei da maneira em
que ela se impõe, mas admito que, à vezes, algumas leis me deixam estarrecido e me perguntando como é que podem ser tão rasas, tão limitadas e limitantes.

A supra mencionada matéria falava que, segundo dados oficiais, é mais dispendioso manter
um preso atrás das grades do que educar uma criança ou um jovem. Bom, até aí, nenhuma novidade, qualquer um que se proponha a fazer uma “conta de padaria” vai deduzir que fornecer cinco refeições por dia (nas quais o “menu” não pode ser repetido) é mais caro do que às vezes não dar nenhuma. Isso pra começo de conversa.

Mas o que mais me estarreceu é que, após ser julgado e apenado, o indivíduo que, às vezes,
pode ter tirado a vida de um pai de família, ainda tem o direito, além de virar um perfeito come-e-dorme com direito a cinco refeições por dia, de receber do Estado um dinheirinho por mês, um salarinho denominado de auxílio-reclusão.

Bom, nesse caso, dirão os defensores desses pobres “hóspedes” do sistema prisional que é
necessário que a família do apenado tenha uma forma de sobreviver, já que muitas vezes é o mantenedor que vai para trás das grades. Pois bem, e a família cujo pai teve a vida ceifada no auge da capacidade produtiva? Quem cuidará de sua manutenção?

Vejam bem, eu disse acima que sou um legalista, portanto não estou sugerindo que não se
pague o tal auxílio-reclusão, que, embora eu ache descabido, foi instituído um dia por algum legislador eleito pelo povo, portanto é legítimo.

O que eu gostaria é que, nesse país assistencialista de vales- isso, vales- aquilo, cestas- isso e
auxílios-aquele-outro, as pessoas, tanto os apenados quanto o trabalhadores, os desempregados, as donas-de-casa, enfim, realmente merecessem o que recebem.

Por que não transformar as penitenciárias em unidades fabris gerando valor de fato para a
sociedade? Não falo do trabalho voluntário que existe em alguns setores do sistema prisional, mas na obrigatoriedade de o condenado reparar seu crime trabalhando para a sociedade que ele ofendeu. Manter um homem no ócio não reeduca ninguém. “Cabeça vazia é oficina do demônio”, reza o dito popular.

Que se dêem cinco refeições diárias ao condenado, mas depois de um dia árduo de trabalho,
pois o trabalhador dito livre, às vezes, ao chegar em casa, não pode desfrutar desse direito. E quem sabe, um dia, de tanto trabalhar sem ver o resultado, esse mesmo trabalhador revolte-se e venha a se tornar também um “hóspede” do sistema prisional. Afinal, pelo menos ele terá garantido a barriga cheia. É deprimente...

By Júlio Cesar

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