Este sou eu

terça-feira, 2 de novembro de 2010

2010 - Atual Realidade.

Caro amigos Guerreiros, quero dividir com vocês e todos aqueles que já passaram por uma unidade militar, algumas lembranças da BAAF – Base Aérea dos Afonsos, que por coincidência, nós, da 1ª turma de 1987 fizemos aniversário de formatura e juramento à Bandeira em 26 de junho, inesperadamente me veio uma oportunidade única de retornar àquele local. Convidado para participar de uma festa junina no hangar do antigo ESM – Esquadrão de Material não relutei em chamar alguns dos nossos para me acompanhar, uns infelizmente não puderam ir, porem três bravos guerreiros me acompanharam; Os Guerreiros A. Luis, Baima e Vargas que dividiram comigo algumas horas de nostalgia.
A chegada como sempre é de arrepiar a espinha, aquela visão da Guarda é impossível não despertar sentimentos e lembranças dos vários serviços de “0M”, infelizmente algo na atual visão não combinava com o que tínhamos guardado na memória, portões imensos quase que blindados, cercas laminadas, outro portão, coletes a prova de balas, mureta de concreto, na verdade um reflexo do mundo violento em que vivemos nada daquilo combinava com o quadro de antes, muito antes, tempos em que a nossa única segurança era a coragem, experiência e a confiança entre o “0M” e “0F” virando a madrugada de peito aberto a tudo que pudesse vir, contávamos somente com nossas armas carinhosamente chamadas de “PT” e “HK” prontas para entrar em ação a qualquer momento que fossem solicitadas, logo cheguei à conclusão do quão importante éramos naquele pequeno espaço e de quantas vidas e valores eram deixados sobre nossos cuidados, tirávamos de letra. Passado o impacto e diante desta nova realidade, onde várias pessoas entre militares e civis entravam e saiam pelos portões sem maiores retenções, sem maiores exigências, lembramo-nos dos tantos eventos que aconteciam dentro da BASE e como éramos cobrados por nossos superiores na triagem daqueles que transpunham aqueles portões.
Seguimos em frente pela longa alameda em direção ao ESM, relaxamos e começamos a caminhar a cada passo que dávamos uma lembrança tomava conta de nossas mentes, o campo de futebol, a pista de atletismo tantas vezes percorrida, as quadras, o Material Bélico... Epa! De repente dois soldados passam por nós carregando uma caixa plástica, olhei tentando adivinhar o que seria, e não é que eram aqueles sacos com os lanchinhos do pessoal que estavam de serviço para ser distribuído no pernoite, quem de nós não se lembra da caixinha de Longuinho, o bolinho Ana Maria, Mariolas, etc., me deu até vontade de pegar um..., seguimos nosso caminho passando pelo ES - Esquadrão de Saúde tentei achar o Moratelli..., deixa pra lá. Vínhamos andando bem devagar, falando e apreciando a vista, mas quando chegamos em frente ao pátio do antigo Binfa - Batalhão de Infantaria, aí a coisa ficou séria, a voz arranhou, a vista ficou meio molhada, parecia que estávamos chegando para o serviço, era fácil enxergar a tropa formada em frente à porta da CPA - Cia de Polícia da Aeronáutica, a escada para o alojamento, senti naquele instante que me dividia em dois, uma versão 1987 e outra 2010, estávamos com as famílias e não podíamos dar bandeira, não adianta escrever repetidamente, pois, quem não esteve na PA – Polícia da Aeronáutica não vai entender nunca o que vivenciamos.
Chegamos à festa junina, coisa que também nunca tivemos, mas muito legal por sinal, encontramos alguns “antigões” da nossa época, tínhamos acesso à entrada do hangar pelo lado da pista, foi mesmo uma noite de glória. Pudemos olhar a pista e lembrar quando marchamos em frente a Bandeira, repetindo a voz do nosso comandante de FORÇA AEREA BRASIL, FORÇA AEREA BRASIL, FORÇA AEREA BRASIL, sendo observados por autoridades, familiares e amigos. Ficamos ali curtindo a festa tentando entender o presente e lembrando do passado.
Porem amigos guerreiro, como bem dito pelo nosso inigualável SGT Hilton: “... realmente muitas coisas mudaram na caserna. Um grupo como o nosso nunca mais existira na Força... Não somos melhores, apenas inigualáveis.”.
A nossa decepção foi ver que tudo o que passamos para o fortalecimento e reconhecimento da PA-BAAF ficou no passado, desde a nossa tropa até as nossas conquistas, só nos resta à certeza de que apesar da nossa CPA não existir mais como era, ainda somos e sempre seremos os verdadeiros heróis sem glórias, os verdadeiros e únicos “GUERREIROS DE MAYWORM”.
L. Martins.
Dedicado a todos da 1ª/87 e a todos os Guerreiros de Mayworm.
Um abraço a todos.

3 comentários:

Anônimo disse...

MEU AMIGO ALCANTARA, TALVEZ NÃO LEMBRE DE MIM, FUI O RUIZ DAQUELA ÉPOCA INESQUECIVEL E HOJE VOCÊ ME FEZ CHORAR DE SAUDADES. MUITO OBRIGADO MEU AMIGO!
ABRAÇOS, MARCOS RUIZ

Unknown disse...

AOS VERDADEIROS GUERREIROS NUNCA VAMOS DEIXAR QUE SE APAGUE DE NOSSAS MEMORIAS AQUELA NOSSA EPOCA QUE FOI UNICA Ñ DESMERECENDO AS DEMAS GUARNIÇOES MAS A 1° DE 87 FOI E SERA INSUBISTITUIVEL AQUELES QUE CHEGARM DEPOIS SO VIERAM A SOMAR MAS COMO A NOSSA JAMAIS SELVAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA E AGRADEÇO A PAPAI DO CEU POR TER ATE HJ VERDADEIROS AMIGOS E IRMAOS VALEU A VCS GUTO E L MARTINS JAMAIS DEIXAREMOS O FOGO DE SER UM GUERREIRO SE APAGAR FIQUEM COM DEUS SO VCS PARA FAZER UM HOMEM DE 42 ANOS CHORAR NO DIA DE HJ

Unknown disse...

Senhores, boa noite! Fui da segunda turma de 88, apesar de pouco contato com os senhores, pois eu estava do 2/1gtt, pude ter a honra de prestar o serviço militar ao lado de guerreiros como os senhores e me emocionar com o texto acima que me faz viajar de volta a momentos de bravuras. Parabéns pela iniciativa. S1 88 176 GILVAN